Vou começar com uma pergunta: quando foi que você se questionou pela última vez sobre quais são as tendências para a indústria? Talvez você possa estar tendo uma semana corrida, mas se chegou até aqui, gostaria de poder dizer a você que essa é uma pergunta que me faço sempre, e a resposta pra ela tem feito a Aiko evoluir muito.
Quando se para pra pensar sobre isso a ideia é encontrar meios de nos prepararmos melhor para as transformações, inovações e exigências do setor industrial, e todas essas coisas são de grande importância pra o crescimento e a evolução que tanto desejamos.
Fazer esse questionamento significa buscar sair na frente, e precisamos estar atentos a isso no dia a dia de trabalho. Foi exatamente por esse motivo que separei para o artigo de hoje 3 pontos que considero essenciais para você ficar de olho, e são eles que você confere a seguir.
Transmitida em dezembro de 2020, a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Acordo de Paris reafirmou o compromisso de reduzir as emissões líquidas totais de gases de efeito estufa em 37% até 2025, e em 43% as emissões brasileiras até 2030, segundo informações divulgadas pelo próprio Ministério das Relações Exteriores.
Essas e outras medidas governamentais fazem parte de um esforço global: o de assumir ações mais sustentáveis que possam favorecer o meio ambiente. E é nesse mesmo sentido que as indústrias precisam trabalhar.
Exemplo disso é a Vale, que anunciou um investimento de US$ 6 bilhões para que até 2030 suas emissões de carbono direta e indireta sejam reduzidas em até 33%, além de um corte de 15% até 2035 das emissões de sua cadeia de valor. E por que ações como essa são tão necessárias?
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, o dióxido de carbono é responsável por cerca de 60% do efeito estufa, e esse composto químico tem origem na queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, e são eles que tem a propriedade de absorver o CO2 do ar.
Diante dessa realidade, estratégias precisam ser adotadas para a mitigação desses efeitos, e por isso uma das perguntas a serem feitas é: qual é o inventário de carbono que a empresa possui e qual é a sua estratégia para redução ou compensação da negociação de crédito de carbono?
Além desse questionamento, não se pode perder de vista a possibilidade de ser estabelecido um imposto para carbono, o que significa que quanto mais uma empresa o emite, mais ela pagará por essa emissão. Logo, creditar carbono precisará fazer parte da estratégia financeira das indústrias, e essa é uma ação que será tomada por todos os países.
E não é só isso. Hoje, mais do que em qualquer outro momento, a sociedade está ainda mais atenta e observa se as empresas estão poluindo ou não, e isso nos leva a olhar para as metas de ESG, abreviação para Environmental, Social and Governance, ou ASG em português (Ambiental, Social e Governança).
O conceito ligado a sigla tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil e tem sido um fator de valorização das empresas que o adotam, interferindo inclusive na decisão dos investidores sobre a destinação de seus recursos, já que essas metas estão cada vez mais relevantes.
Quem se preocupa com o ESG está atento a práticas empresariais que considerem o meio ambiente, aspectos sociais e a boa governança corporativa, e por isso nesse cenário atingir metas relacionadas à sustentabilidade é tão importante. Lembrando que o Acordo de Paris é uma das iniciativas globais em ESG.
O segundo ponto sobre as tendências para a indústria é ficarmos atentos com a segurança das pessoas. É preciso oferecer um ambiente seguro para trabalhar. Estamos falando de um assunto inclusive já abordado pelas empresas, mas que pode e deve sofrer melhorias contando especialmente com o uso de recursos tecnológicos.
Nesse sentido, o momento que estamos vivendo tem muito a nos ensinar. Com a Covid 19 se tornou necessária a adoção de protocolos de segurança e inteligência para aferição da temperatura dos colaboradores, a necessidade do uso correto de máscara bem como do distanciamento social, e tudo isso para que o trabalho fosse feito de forma mais segura.
Fora do cenário de pandemia, podemos trazer o exemplo da Vale, que tem investido em robôs para retirar empregados de situação de risco e aumentar a segurança das operações.
Segundo notícia divulgada no Portal Diário do Comércio, a empresa vem investindo em diferentes modelos de robôs para auxiliar os empregados em tarefas de manutenção, contribuindo para retirá-los de situações de risco e para o objetivo da empresa de se tornar referência em segurança na mineração.
Esse é um grande exemplo e um grande passo, e a partir dessa e de outras soluções criadas, torna-se importante investir em melhoria contínua. Até mesmo porque, uma ferramenta não soluciona o problema de uma vez.
Como se pode ver, as oportunidades para a segurança das operações surgem na medida em que as tecnologias são implementadas de forma mais acelerada. Nesse processo de desenvolvimento de soluções seguras, é preciso, ao serem usadas, que elas não exijam muito trabalho nem treinamento, e isso é tornar a solução efetiva.
No entanto, vale dizer que esse não é um conceito novo, já que a Aluminium Company of America (Alcoa) aumentou seu lucro em 500% ao investir em segurança, e isso aconteceu há mais de 30 anos. Apesar de não ser novidade, esse é um investimento que continua valendo a pena e que gera benefícios tanto para os colaboradores como para a empresa.
O terceiro ponto considerado uma tendência para a indústria é a chamada Inovação Aberta. Sabemos que as empresas possuem problemas específicos. No entanto, ao invés de serem solucionados por meio de um processo fechado, a busca por essas soluções é aberta para o mercado.
Quanto a esse cenário, podemos falar do Ranking 100 Open Startups, que consegue monitorar a interação entre corporações e startups e o quão intensa é a prática de open innovation entre elas.
Inclusive, dados interessantes foram divulgados em agosto desse ano (2021) no “Panorama da Open Innovation entre Corporações e Startups no Brasil | 2016-2021″, que informou que o número anual de relacionamentos de open innovation entre corporações e startups mais que triplicou de 2019 a 2021.
A inovação aberta é uma grande oportunidade de tirar o foco dos grandes players do mercado e desenvolver empresas e fornecedores novos no ramo da tecnologia. Isso coloca no radar empresas que muitas vezes vão trazer um ganho até maior do que o imaginado dentro do escopo apresentado.
Outro benefício para esse tipo de iniciativa é a evolução de startups, o que torna o ecossistema mais plural e estimula a participação de pequenos players, além do empreendedorismo e do desenvolvimento de pequenos mercados, o que faz com o que os produtos desses segmentos tenham uma escala maior.
E para além de tudo isso, a Inovação Aberta é um meio de se adquirir resolução de problemas não convencionais, por isso a necessidade do interesse no desenvolvimento da tecnologia, porque isso abre espaço pra que essas resoluções se tornem cada vez mais eficientes e eficazes. Afinal, o sistema precisa evoluir, e a inovação é bilateral.
Mas, é importante dizer que a Inovação Aberta também acontece entre grandes empresas, quando cada uma potencializa o que tem de melhor pra fechar parcerias e criar produtos inovadores. Um exemplo disso é o avião elétrico da Embraer junto com a EDP e a WEG, que faz parte da estratégia da fabricante de zerar a emissão de carbono até 2050.
Como eu disse, esses são alguns dos pontos que considero de extrema importância quando o assunto são as tendências para a indústria. Agora que já falei um pouco sobre cada um deles, deixo um último questionamento: você já está se preparando para algum desses três?